PAISAGENS DE MINAS (2009)
Esse disco inaugura oficialmente o meu nome como compositor. Foi composto logo após meu retorno da França. Foi um disco que fiz tendo como influência a uma cidade do interior de Minas Gerais, abundante em água, rodeada de montanhas e com moradores extremamente especiais. Esse disco contou com a assinatura de Russel Ferrante, que é um dos grandes nomes do Jazz americano. O disco contou com a participação do grande saxofonista francês Jean-Marc Baccarinni alem dos grandes nomes do Brasil como Daniel Garcia, Hudson Vaz, Carlos Bala e Tony Botelho.
IMPRESSÕES (2018)
Meu segundo disco foi composto em 2018. Musicalmente, ele representa muito do que vivi nos EUA durante meu doutorado: uma música regional (brasileira) mas com grande influência da improvisação jazzística. Já no aspecto da inspiração, cada faixa do álbum é uma impressão que tive sobre alguma coisa como, por exemplo, a chegada de minha primeira filha (Descobrindo o Mundo), ou a visita à casa de um amigo (Maison 42), etc. O disco contou com a participação de dois grandes músicos poloneses: Dariusz Terefenko e Zenon Terefenko, além dos grandes nomes do Brasil: Sergio Barrozo, Andre Queiroz e Enéias Xavier.
MISSA DA CAPELA MAGNIFICAT (2018)
Compor a Missa da Capela Magnificat foi um grande privilégio para mim. A obra foi encomendada por meu caro amigo Raymundo Lopes para a capela que dá nome ao disco. Foi-me dada uma a única recomendação: os cantos deveriam ser em latim. E assim foi feito. A referência deste trabalho é a missa ordinária da Igreja Católica Apostólica Romana, com os seguintes textos (ou orações) fixos: Kyrie, Gloria, Alleluia, Credo, Sanctus e Agnus Dei. Do ponto de vista composicional, o aspecto musical está subordinado ao texto. Assim, da mesma maneira que na Seconda Pratica, as relações de tensão e relaxamento, bem como a relação de dissonância e consonância, estão diretamente relacionadas como o significado do texto. O Kyrie, por ser uma oração de contrição, foi pensado como um lamento sertanejo onde o baião e a harmonia modal se unem para imprimir na música a alma nordestina. O Gloria, que é por inteiro uma oração de louvor a Deus, foi a única oração da Missa que não foi construída musicalmente dentro da matriz da Música Popular Brasileira. A música possui três variações de compasso: inicia em compasso 5/4; na parte do meio passa para um ritmo ternário; e termina em um ritmo quaternário com referências à música gospel americana. O Alleluia começa e termina com o piano tocando uma melodia que faz referência à moda de viola caipira, enquanto a bateria acompanha fazendo um ritmo do congado mineiro. Em razão de não haver um texto fixo para a oração do Alleluia, foi utilizado o salmo 150. O Credo, da mesma maneira que o Gloria, é uma oração bem extensa. Entretanto, em razão do Credo ser a profissão da fé católica, ela é a única dentre as orações fixas que adquire a característica de narrativa. Isso, do ponto de vista composicional, é um detalhe importante pois a música passa a ilustrar - e de certa maneira potencializar - o que se diz no texto. A música começa com os instrumentos fazendo uma introdução em um ritmo das antigas marchas de carnaval e, de maneira especial, vai sonorizando os eventos que são descritos na oração. O Sanctus possui uma característica muito importante. Dentre todas as orações da Missa, essa é a única que, de acordo com a fé católica, os fieis se unem aos anjos e santos para orar a Deus. Isso é extremamente relevante musicalmente por ser um fator que por si só define um caráter solene à obra, pois céu e terra se unem. Assim, ela começa com o coro fazendo a introdução a capela que é seguida por um Choro. O Agnus Dei foi pensado como um samba que se apresenta de duas formas: enquanto a banda toca de maneira desdobrada (em compasso quaternário) o coro canta em compasso binário). Em razão da obra possuir características de fuga, foi feita uma introdução na forma de prelúdio, em uma clara referência aos Prelúdios e Fugas de J.S.Bach. O disco termina com um Ave Maria que foi feita para a capela Magnificat.
OS MISTÉRIOS DE ALICE (2019)
Obra encomendada pela companhia de dança Pés-Plexos